segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"Presenças, Ausências" exposição no Núcleo Museológico do Sal - Figueira da Foz 2009

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1. Passagem, 2008
(125 peças)
vidro puxado

2. Duas colunas, 2007
(altura aprox. 230cm)
vidro soprado

3. Sem título, 2006
(diâmetro aprox. 50cm)
vidro soprado

4. Frágil Gesto de Alegria II, 2009
(altura aprox. 210cm)
vidro soprado

5. Sem título, 2007
(altura aprox. 100cm)
vidro soprado

6. Sem título, 2006
(altura aprox. 220cm)
vidro soprado


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Texto Crítico de Maria do Carmo Serén


Por vezes a luz, que incide a direito como uma obrigação, esclarece recantos inesperados, invade superfícies de gelo ou de água solta, torneia gotas de chuva ou de orvalho, um traço, um gume, um obstáculo. E faz o mundo melhor.


É esse saber que dá sentido a estas esculturas de vidro, que recebem a luz e a refractam, introduzindo alternativas inesperadas num contexto reconhecido. E assim, João Pedro delineia uma retórica visual que sustém o esquecimento. É esse o papel da estranheza e o estatuto da diferença, interrogar o mundo em nós pelo caminho da fascinação. Procurar a nomeação.
São esculturas deliberadamente frágeis, deliberadamente efémeras e matriciais. Como a luz, a transparência que interpretam. E só aí, nessa transposição de uma ideia de aparição, participam de um qualquer Conceptualismo. Modulares, prestam-se aos desvios da imaginação, a jogos múltiplos de simulação. A sua maior estranheza revela-se na eficácia ideal da sua figuração: são representações surreais que se inscrevem numa realidade aceite, sem a bloquear, sem alterar a sua função, mas ajudando-a a sobressair, oferecendo-lhe um absoluto da sua forma, a ética e a estética da perfeição do cristal, a sua eternidade. A mesma fragilidade é a outra face da luz que emanam: contrariam as trevas e a duração, são apenas aparição.
Distribuir estes apontamentos de vidro pelo que já foi nomeado, indiciá-los como o inominado, exige o conhecimento do todo que se fez paisagem – essa paisagem que é o nosso entorno e a nossa habituação. Talvez por isso estas esculturas nos surjam como irrupções do fantástico ou do onírico, perturbando-nos e criando-nos instabilidade.
E essa é a sensação da estranheza, da epifania.

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Copyright.2009

2 comentários:

Pavlova baby disse...

Ando a procura de um fabricante de vidro soprado para um projecto de investigacao. Podia ajudar-me?
Veronica

duarte_rato disse...

Gosto muito :)
Duarte.